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New Brazilian Antarctic station inaugurated eight years after fire

New Brazilian Antarctic station inaugurated eight years after fire

Eight years after the fire that destroyed the previous Antarctic Comandante Ferraz Station, the Brazilian base reopened for scientists and researchers on the icy continent. Brazilians have been conducting research on the continent for more than three decades through the Brazilian Antarctic Program – PROANTAR.

(Article in Portuguese)

Como noticiado em globo.com, a nova estação brasileira na Antártica foi inaugurada no dia 15 de Janeiro de 2020 pela Marinha do Brasil e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Invovações e Comunicações (MCTIC). O complexo de mais de 4,5 mil m² será entregue quase oito anos depois do incêndio que destruiu a base anterior em 2012. Pesquisadores brasileiros desenvolvem seus trabalhos há mais de três décadas no continente.

A Estação Antártica Comandante Ferraz recebeu um investimento de US$ 99,6 milhões (cerca de R$ 400 milhões), e vai conseguir acomodar até 64 profissionais do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR).

Para estruturar os laboratórios da Estação Antártica Comandante Ferraz, o MCTIC destinou R$ 2 milhões para a compra de equipamentos, os quais foram especificados com ampla consulta à comunidade científica usuária.

Criado em 1982, o Proantar leva ao continente gelado pesquisadores que atuam nas áreas de oceanografia física e química, biologia, biotecnologia,  glaciologia, paleontologia, geologia, saúde e meteorologia, entre outras. Os trabalhos são desenvolvidos na estação científica, em acampamentos, e com apoio dos dois navios antárticos brasileiros.

A nova estação ficará no mesmo local da estrutura antiga, instalada em 1984 na Península Keller, Ilha Rei George. A primeira base abrigou pesquisadores até fevereiro 2012.

Mesmo com o trágico incêndio, a pesquisa brasileira na Antártica não foi interrompida, graças ao apoio de outros países, à montagem de Módulos de Apoio Emergenciais e aos navios. Em agosto de 2018, o MCTIC e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) lançaram um edital no valor de R$ 18 milhões para financiar projetos do Proantar. O recurso é destinado a 19 projetos aprovados e cobre as despesas de pesquisa até 2022. Além disso, o MCTIC apoia as pesquisas do INCT-Criosfera.  

Foto: Divulgação/Marinha do Brasil

Dividida em três módulos

O prédio principal da nova estação brasileira é dividido em três grandes blocos, o Leste, Oeste e Técnico. Neles, se encontram a maior parte dos laboratórios, os dormitórios e os serviços básicos da estação, divididos desta forma:

Bloco Leste: é o bloco das pesquisas, de convivência e serviços. É onde se concentram os laboratórios. Dos 17 no total, 14 estão lá. Os outros 3 ficam em módulos separados. Além disso, é onde ficam os refeitórios, a cozinha, a ala de saúde, a sala de secagem e as oficinas.

Bloco Oeste: é uma área privada da base, onde moram os pesquisadores, além de concentrar as áreas de convívio. Há 32 quartos, uma biblioteca, uma academia e auditório. Nas partes mais baixas deste bloco estão os depósitos de mantimento e reservatórios de água.

Bloco Técnico: é onde fica o controle da rede elétrica, sanitária e de automação da estação. Também é onde está a garagem. Além disso, há uma estação de tratamento de água e esgoto, casa de máquinas, geradores, e sistemas de aquecimento, bem como um incinerador de lixo.

Construção mais segura

Construído em um local inóspito, o complexo consegue suportar temperaturas negativas, nevascas e ventos de até 200 quilômetros por hora. A estrutura ainda tem sistemas de detecção, alarme e combate a incêndios.

Os preparativos para reconstruir a estação tiveram início ainda em 2012, com a retirada dos escombros da antiga base. Depois disso, a Marinha lançou um edital para obra do novo complexo, que não recebeu nenhuma proposta até 2014.

Como só é possível trabalhar na Ilha Rei George durante o verão antártico, que vai de outubro a março, as obras foram executadas em diferentes etapas. Parte da estação foi preparada na China, em módulos que só foram levados e montados após o fim do inverno.

Centro de pesquisas

Apesar do incêndio, as pesquisas brasileiras na Antártica não pararam. Na Ilha Rei George, os trabalhos foram desenvolvidos em uma estação provisória, montada ao lado da base consumida pelo fogo. Os “módulos emergenciais” foram usados enquanto os pesquisadores aguardavam o final da reconstrução.

“Essa nova base vai nos dar condições de trabalho e um salto qualitativo nas pesquisas científicas”, diz Paulo Câmara, pesquisador da Universidade de Brasília (UnB) que trabalha na estação.

Pesquisadores brasileiros estão há mais de três décadas desenvolvendo pesquisas no continente por meio do Programa Antártico. Eles não ficam restritos à Ilha Rei George, onde foi instalada a estação. Há, também, trabalhos sendo desenvolvidos no navio Almirante Maximiano e em acampamentos montados em diferentes pontos da Antártica.

“São 14 milhões de km², uma das maiores reservas de gás e de água doce do mundo. 70% da água doce do mundo está aqui”, diz Câmara, que estuda a vegetação antártica.

Professor da UnB faz parte de equipe que atua na nova estação brasileira

Há, ainda, o módulo Criosfera 1, um contêiner que coleta dados e foi instalado a cerca de 2,5 mil km de onde fica a estação.

As pesquisas realizadas em solo antártico são variadas e cobrem diferentes áreas do conhecimento. De acordo com um dos editais mais recentes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), de 2018, as propostas de projetos aprovados vão de geologia a medicina:

  • O papel da criosfera no sistema terrestre
  • Dinâmica da alta atmosfera na Antártica
  • Mudanças Climáticas e o Oceano Austral
  • Biocomplexidade dos ecossistemas antárticos
  • Geodinâmica e história geológica da Antártica
  • Química dos oceanos, geoquímica marinha e poluição marinha
  • Biologia Humana e Medicina Polar
  • Inovação em novas tecnologias

“O Brasil é um dos poucos países que podem decidir o destino deste continente”, afirma Câmara. “Para que o Brasil possa continuar ajudando a ditar os rumos deste continente, precisamos fazer pesquisa. A estação nova vai nos permitir pesquisas de qualidade, pesquisas de alto nível.”

Foto: Divulgação/Marinha do Brasil

Mais informações, incluindo fotografias e vídeos, sobre a nova Estação Antártica Comandante Ferraz pode ser encontrada em:

https://www.marinha.mil.br/secirm/ferraz-novo
https://www.marinha.mil.br/secirm/ferraz-conheca

All-Atlantic Ocean Research Alliance visa incentivar novos modelos de cooperação em uma abordagem coordenada e baseada em parcerias para enfrentar os desafios científicos e sociais do Oceano Atlântico com base nos princípios de responsabilidade compartilhada e benefício mútuo em áreas-chave, incluindo a pesquisa polar.

A pesquisa nas regiões polares é relevante e importante para todos nós e para a nossa vida cotidiana, devido ao seu profundo efeito no clima e nos sistemas oceânicos da Terra. A ciência polar tem, portanto, o potencial de apoiar o uso sustentável dos recursos, a proteção do planeta e beneficiar a humanidade.

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